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Toxicodependência: Louçã quer políticas "mais ousad

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16/12/05
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E criticou ideia passada aos jovens de uma ligação entre a «festa do desporto» e o consumo de álcool


Francisco Louçã defendeu sábado à noite políticas "mais ousadas e preocupadas" na luta contra a toxicodependência, manifestando dúvidas sobre a viabilidade da actual lei, menos "desumana", se Cavaco Silva tivesse sido eleito presidente da República em 1996.

Numa "conversa de café" com mais de uma centena de pessoas no Estrela d e Ouro, no Porto, o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda promoveu a "informação e educação" como fundamentais para evitar os abusos de estupefacientes e do álcool, que definiu como "a grande toxicodependência em Portugal".

"A redução da toxicodependência começa por conhecer os perigos que se corre", afirmou, considerando que a lei que despenalizou o consumo de drogas pôs fim a uma "política desumana", em que o consumo de drogas era da esfera da justiça criminal.

Louçã lembrou que o PSD e o CDS-PP, os partidos que apoiam Cavaco Silva na actual corrida a Belém, quiseram sujeitar a referendo a lei da toxicodependência, questionando se o documento teria mesmo sido promulgado se o ex-primeiro-ministro tivesse sido eleito na sua primeira candidatura.

Com um panorama de "50 mil heroinómanos em Portugal", dos quais só "pouco mais de metade" é medicamente acompanhado, Louçã recomendou "sensatez e preocupação" e o aprofundamento de uma "cultura de informação" contra o conservadorismo, nomeadamente através da criação de salas de injecção assistida e programas de troca de seringas nas prisões, propostas que o Bloco de Esquerda viu rejeitada s no Parlamento na semana passada.

Numa conversa que passou também pela despenalização das drogas leves, o surgimento de novas drogas sintéticas e a utilização médica da cannabis, Louçã recuperou um tema já levantado pelo Bloco de Esquerda no parlamento sobre a publicidade a álcool em eventos desportivos.

Invocando o "aumento rapidíssimo do consumo de álcool entre adolescentes" e a "violência social" que vem associada ao seu abuso, Louçã voltou a defender "limites legais" para a sua publicidade, nomeadamente a associação de marcas de cerveja à selecção portuguesa de futebol, já abordada pelo partido quando se realizou o Euro 2004.

Louçã afirmou que a associação "encoraja a dependência", nomeadamente por passar aos jovens uma ligação entre a "festa do desporto" e o consumo de álcool.

Houve também tempo para lembrar várias drogas e o seu papel na História , desde a mirra (um excitante) na lenda do Presépio a um vinho popularizado nas cortes europeias no século XIX que consistia em vinho de Bordéus e folhas de coca esmagadas, o "mariani", que Louçã se apressou a desligar do nome da antiga vivenda de Cavaco Silva no Algarve.


Fonte:
Portugal Diário
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