seria mais fácil se as pessoas lessem as informações que estão no site, mas temos algo de italiano - nunca lemos instruções, experimentamos e pronto. Cá vai o link:
http://www.azarius.net/productinfo.php?productmain=15&tabID=1&category=2&subcategory=2
Aproveito para contar algo que me sucedeu, mas como estava sob o efeito das pedras filosofais, não estou certa de ter senso comum...
Há coisa de 6 meses encomendei uma grande quantidade de trufas frescas - 60 gramas (na verdade foi um erro, mas é com eles que se aprende), que guardei no frigorifico. Fui consumindo, raramente mais q 5-6 gramas, já que sou baixinha e com níveis de tolerãncia muito baixos. As trips foram suavemente ondulantes, nunca ultrapassando o nível 2. Em agosto, no entanto, dividi os sogus restantes (30 gramas) em 4 partes mais ou menos iguais; 4 doses de cerca de 7 ou 8 gramas, mais coisa menos coisa. As trufas já estavam um pouco secas (mas não estragadas)e, com essa dose de 7 ou 8 gramas, tive uma trip bastante mais intensa... muito mesmo. Começou cerca de 15 minutos depois de os tomar. Tudo começou a ficar mais nítido e sentia uma afinidade com a natureza, conseguia dominar a imaginação (fazer as coisas moverem-se ou pará-las), enfim, o normal de uma viagem com estas trufas. Andei a passear, cheirei uma espécie de fossa, um horrível cheiro a morte que vinha de lá, e de onde saí o mais depressa que pude, porque o cheiro era mesmo insuportável (tinha ido espreitar um túnel, para ver a luzinha ao fundo...
). Depoos veio a fase do "oh, tão bonito!", uma incrivel sincornicidade com as plantas, devidamente verbalizada pelo meu namorado que traduziu o meu pensamento de uma forma telepática:"as plantas são nossas amigas". Depois começou a viagem no desconhecido. Senti como que uma onda a elevar-me rapidamente, e enjoei, e entrei em pânico, levantei-me, quis vomitar, não consegui, voltei a sentar-me e a tentar relaxar, mas a seguir vinha outra onda ainda mais forte e lá ia eu, completamente enrolada.Percebi que era melhor estar quieta, e mater-me de olhos fechados o máximo possivel, enquanto me "agarrava à realidade" segurando a mão do meu namorado. As cores mudaram, e sentia a minha pele - aliás, o meu tacto - a uns 10 cm de mim, envolvendo-me. Como quando acordamos com um braço completamente dormente, mas neste caso eu mantinha o tacto, e de que maneira... senti-me dividida em duas, uma consciente que assistia e percebia que o nosso corpo é apenas "emprestado" e obedece a ordens cerebrais - que podemos manipular... Tive consciência de que respirava, engolia, e uma enorme necessidade de me assegurar de que ainda sabia fazê-lo, por mais que sentisse que o corpo não me pertencia. Depois apareceram os padrões. Primeiro de olhos fechados, em tons de vermelho, com manchas indefinidas q se tornavam cada vez mais complexas. Depois as manchas definiram-se claramente, como caleidoscópios; e ao abrir os olhos, tudo quanto observava tinha essas texturas caleidoscópicas, e se tentava "fixar e ver a realidade" começava a ficar ansiosa e enjoada.Via padrões mutantes e móveis, fractais belíssimos, primeiro no tecto do carro (e eu insisti, e mostrei, e apontei, porque ESTAVAM MESMO lá, pq eu os via
), depois em todo o lado. Lembrei-me de uma frase de um poema de mário de sá carneiro, "é lá que tudo ondula" e tive a certeza que ele tb tinha andado nos cogumelos. Mas depois a ansiedade e a angustia voltavam, e com elas a paranoia - será q os cogus estavam estragados? será q produzem alguma toxina qdo se estragam e me vou passar de vez? será q vou morrer?" mas isso não me importava tanto como conseguir formular perguntas e responder ao meu namorado se ele falava comigo. Ainda que me sentisse incapaz de falar, fazia-o, se solicitada, mas isso provocava-me uma espécie de dor, pq tinha de voltar ao meu ego para responder, e o cogumelo puxava-me para dentro da minha alma... isto deve ter durado cerca de duas horas, com as ondas a irem e a virem, e eu a perceber cada vez mais q era mesmo assim, e só tinha de as "surfar", ser una com elas. Mas ao mesmo tempo ansiando para que aquilo acabasse, porque eram sensações muito fortes, muito intensas, que chegavam a doer de tão boas. o coming down foi normal, a ansiedade passou assim que chegámos ao meu quarto, onde me sentia segura (mas só soube que me sentiria segura lá depois de lá estar, até porque era um quarte de hotel...). A viagem do lugar maravilhoso onde estávamos até à cidade foi das mais longas da minha vida,e vi as paisagens e cores mais extraordinárias.
Tudo me lembrou uma trip com lsd q tive no fim de ano (a primeira e última, diga-se, q eu n tenho estômago para aquilo...)e isso facilitou um pouco mais a capacidade para reduzir a ansiedade, porque já tinha estado "lá". Tive também a sensação q o lsd tinha aberto portas a que tive acesso com a psilocibina.
Ontem à noite (cerca de 3 semanas após essa viagem) preparei tudo para comer mais um pouco de cogumelos. Escolhi a música, olhei para as trufas e estavam tão mirradinhas... lembrando-me da trip recente, comi apenas cerca de metade do que lá estava, queria algo suave, sem atrofios. Pesei os cogumelos e tinham 3 gramas; o seu peso inicial estava reduzido a menos de metade, por terem secado, mas pensei q continham a mesma quantidade de psilocibina de quando estavam frescos. Devo ter tomado 1,5 - 2 gramas, mastigando muito bem e bochechando e engolindo tudo com sumo (gosto do sabor deles quando mastigo, mas não do sabor q fica na boca). E daí a mais ou menos meia hora apercebi-me de que já tudo ondulava e o meu corpo ficava cada vez mais leve. depois de um bocado a olhar para um quadro animado - tudo estava parado menos as formas no quadro, concentriei-me numas cortinas brancas e translucidas com padrões, e aí comecei a divertir-me. Mas de repente, a onda. Fortissima. Desta vez não me derrubou e deixei-me ir. Viajei mesmo por um universo dentro de mim, no qual encontrei figuras simbólicas, arquétipos de mitos antigos, imagens do velho méxico, do egipto e de marrocos, da índia. Muitas imagens de elefantes, que eu sabia serem cheios de sabedoria e estarem a proteger-me. Depois a viagem comecçou a ser mais conturbada e apareceu o medo e o pressentimento de que iria demasiado longe para o que estava preparada e, sobretudo, para estar a tripar sozinha. A minha pele ardia. Acendi uma luz, fui á casa de banho refrescar-me e tomei 2 sedoxil (mexazolam, 1 mg por comprimido), ansiolíticos fraquinhos mas que seriam o suficiente para me relaxar o corpo e fazerem com que parasse de me tentar "puxar" para si.
E foi nessa altura que me formulei a pergunta que me traz a este forum:
a proporção 1/10 que se aplica a outros psilocibos (1 gr secos/10 gr frescos) tb se aplica às pedras filosofais? a psilocibina aumenta quando as trufas secam? porque, se assim for, eu tomei o equivalente a 15-20 gramas de trufas frescas. E nesse caso, ainda bem que tive a lucidez de me proteger (aconselhada pelos elefantes, lol), tomando o mexazolam.
Tenho lido por aqui posts de pessoas que aconselham a experimentar pedras filosofais começando por 10 gramas. garanto que é uma perfeita idiotice faze-lo, porque são realmente fortes, as pedrinhas. Uma dose inicial de 3-5 gramas é o suficiente, e depois a pessoa aprenderá a conhecer os seus limites.
Procurei bastante informação acerca de pedras filosofais secas (ficam autenticos calhaus de bazalto, super duras), mas não encontrei quaisquer respostas. Fico à espera das vossas