SpiritoLibero
Neurotransmetteur
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Faz um tempo já.
10-10-2007
Após vários experimentos com ketamina insulflado o pó - extrema qualidade da visão, sensação de set de filmagem, prazer-contente, leve anestesia, duplicação de si mesmo (na verdade, daria uma boa nota estes experimentos) - cheguei a um ponto que considerei a injeção intramuscular.
10mg. Estava em centralização e sensação de silêncio provocado pelas experiências anteriores. Não imaginava o que poderia esperar, extendi um manto frente à TV que passava algum desenho. Era noite, metade do cômodo estava escuro, metade iluminado.
Após a auto-aplicação, sentei-me. Apaguei e acordei deitado em posição hereta de relaxamento meditativo, a televisão desligada sem que eu tenha me dado conta disto. Silêncio profundo. A luz estava muito forte, a qualidade da imagem absolutamente definida. Eu tinha a impressão de que não conseguiria me mover, estava quase completamente apático. Fazendo esforço, mas sem sentir coisa alguma, nem o movimento, nem a sensação de existência do corpo, me movi numa velocidade "estelar", como observando astros em sua aparente lentidão. Me movi mas não me via, numa eternidade multiplicada todas as vezes, consegui ver minha mão, em cada poro, cada linha um universo; entrava e entrava e não acabava e não acabava. Girei a mão e vi todos os dedos se repetindo infinitamente na mesma mão, 10, 20...sem perder a forma da mão.
A mão sumiu e vi o chão de madeira: mais trilhões de universos, visitei profundamente cada molécula numa qualidade sem palavras.
Não sentia nada, nenhum sentimento, nenhuma identidade, nenhum pensamento, nenhum corpo, NADA; absolutamente visão. Tentei sentir medo, impossível: minha visão subiu ao alto do cômodo e o vi em centenas de perspectivas ao mesmo tempo, depois comparei isso a um globo de discoteca. Eu tinha todos os olhos daquele ambiente, cima, baixo, lado, de um lado para outro e etc - tudo ao mesmo tempo, sem que um entrasse em oposição ao outro.
Percebi que estava próximo a porta, olhei para o lugar onde eu estaria e me vi lá, deitado, rastejando e via cada movimento do rastejamento, até que cheguei até mim. Queria me olhar no espelho (mesmo que "querer" aqui signifique algo estranho), continuei rastejando, observando seres que lembram formigas, os habitantes daquela madeira...que seriam eles?
O efeito baixou um pouco e consegui rastejar mais rápido, sempre vendo todo o percurso; quando cheguei próximo ao espelho, após parar algumas vezes para me entreter cientificamente na observação dos habitantes do chão. Então consegui levantar, olhei no espelho e me vi como eu estivesse atrás de mim, mas consegui focar no espelho, via um lado, mas não o outro, alternava constantemente. Entendi que havia encerrado o experimento, no estado constante que estava, liguei a TV para saber quanto tempo tinha passado. Uns 40 minutos.
-------------
Ao longo dos experimentos notei significativos proveitos na regulação do uso de álcool (tanto em mim, quanto nas pessoas próximas), regulador do humor e organizador da luminosidade, brilho e definição da visão. E um profundo laboratório estéril para a perspectiva.
L'L.
10-10-2007
Após vários experimentos com ketamina insulflado o pó - extrema qualidade da visão, sensação de set de filmagem, prazer-contente, leve anestesia, duplicação de si mesmo (na verdade, daria uma boa nota estes experimentos) - cheguei a um ponto que considerei a injeção intramuscular.
10mg. Estava em centralização e sensação de silêncio provocado pelas experiências anteriores. Não imaginava o que poderia esperar, extendi um manto frente à TV que passava algum desenho. Era noite, metade do cômodo estava escuro, metade iluminado.
Após a auto-aplicação, sentei-me. Apaguei e acordei deitado em posição hereta de relaxamento meditativo, a televisão desligada sem que eu tenha me dado conta disto. Silêncio profundo. A luz estava muito forte, a qualidade da imagem absolutamente definida. Eu tinha a impressão de que não conseguiria me mover, estava quase completamente apático. Fazendo esforço, mas sem sentir coisa alguma, nem o movimento, nem a sensação de existência do corpo, me movi numa velocidade "estelar", como observando astros em sua aparente lentidão. Me movi mas não me via, numa eternidade multiplicada todas as vezes, consegui ver minha mão, em cada poro, cada linha um universo; entrava e entrava e não acabava e não acabava. Girei a mão e vi todos os dedos se repetindo infinitamente na mesma mão, 10, 20...sem perder a forma da mão.
A mão sumiu e vi o chão de madeira: mais trilhões de universos, visitei profundamente cada molécula numa qualidade sem palavras.
Não sentia nada, nenhum sentimento, nenhuma identidade, nenhum pensamento, nenhum corpo, NADA; absolutamente visão. Tentei sentir medo, impossível: minha visão subiu ao alto do cômodo e o vi em centenas de perspectivas ao mesmo tempo, depois comparei isso a um globo de discoteca. Eu tinha todos os olhos daquele ambiente, cima, baixo, lado, de um lado para outro e etc - tudo ao mesmo tempo, sem que um entrasse em oposição ao outro.
Percebi que estava próximo a porta, olhei para o lugar onde eu estaria e me vi lá, deitado, rastejando e via cada movimento do rastejamento, até que cheguei até mim. Queria me olhar no espelho (mesmo que "querer" aqui signifique algo estranho), continuei rastejando, observando seres que lembram formigas, os habitantes daquela madeira...que seriam eles?
O efeito baixou um pouco e consegui rastejar mais rápido, sempre vendo todo o percurso; quando cheguei próximo ao espelho, após parar algumas vezes para me entreter cientificamente na observação dos habitantes do chão. Então consegui levantar, olhei no espelho e me vi como eu estivesse atrás de mim, mas consegui focar no espelho, via um lado, mas não o outro, alternava constantemente. Entendi que havia encerrado o experimento, no estado constante que estava, liguei a TV para saber quanto tempo tinha passado. Uns 40 minutos.
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Ao longo dos experimentos notei significativos proveitos na regulação do uso de álcool (tanto em mim, quanto nas pessoas próximas), regulador do humor e organizador da luminosidade, brilho e definição da visão. E um profundo laboratório estéril para a perspectiva.
L'L.